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Frase:

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã"

Hoje é..

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

POR BAIXO DA CASCA DA BANANA - 2. DA EXPECTATIVA DE MESES PARA A DECEPÇÃO, NASCE UMA BANANA.

Antes mesmo da minha mãe saber que estava grávida, meu irmão dizia que a Daniela estava vindo, depois veio a confirmação da gravidez e junto com ela a preocupação, e se for menino?! Pois meu irmão estava convicto de que era a Daniela que estava ali dentro, os meses foram passando e o médico e a ultrassom diziam que era um menino, mas nada disso tinha importância, afinal, para o meu irmão continuava sendo a Daniela que ele tanto aguardava.
Graças a ele, me salvei de alguns nomes, nada contra Humuarama e nem Mônica, mas eu prefiro Daniela. Humuarama era um nome de posto de gasolina na cidade de Santos-SP, onde nasci e Mônica era uma personagem de desenho animado muito conhecida, aliás ainda é conhecida até os dias de hoje, mas Daniela, quem seria Daniela?
Finalmente chegou o grande dia, a chegada da tão esperada Daniela, meu irmão tinha 4 anos quando nasci, a expectativa chegou a fim e qual foi a reação quando ele me viu pela primeira vez? Pulou de alegria e me abraçou? Estranhou como um bebezão daqueles podia ter saído da barriga da mamãe? Não!? Ele simplesmente disse que "aquela" ali não era a Daniela, a Daniela que ele queria era loira e de olhos azuis e eu era gordinha e careca, e para ajudar, minha mãe contou que nasci com as mãos no rosto tapando o nariz e os olhos e que quando abri os olhos estes estavam puro sangue. Nada que depois de passado alguns anos minha avó materna não tentasse dar jeito, era simples, um pregador de roupas no nariz e ele ficaria afiladinho. Bom, quanto ao sangue nos olhos, não me impediram de enxergar, após limpeza estava tudo claro, ou quem sabe, tudo aparentemente mais nítido.
O fato é, DECEPÇÃO, segundo o dicionário online Michaelis significa "de.cep.ção 
sf (lat deceptione1 Ação de enganar. 2 Surpresa desagradável. 3 Desilusão.4 Logro." 
Eu e meu salvador de nome.


Não sei se esta foi a primeira "Desilusão" do meu irmão, mas com certeza foi a primeira vez que decepcionei alguém.

Mas, convenhamos, de onde uma criança de 4 (quatro) anos de idade idealizou essa loira de olhos azuis? Acho que isso não importa, muitas pessoas independente da idade IDEALIZAM coisas, pessoas, situações, etc. Vai me dizer que você já não idealizou um emprego, uma carro, um casamento? Pois bem, faz parte de nós seres humanos, pois temos a capacidade de pensar, raciocinar, refletir, mas, se torna um problema gigantesco quando criamos expectativas demais acerca de um determinado assunto, pessoa, situação.

Talvez se eu tivesse nascido de olhos azuis e loira tudo teria sido diferente, não sei qual o grau de expectativa que ele criou, mas o que seria alegria e realização para ele com certeza seria uma pulguinha atrás da orelha de todos os outros familiares, de olhos azuis eu até que poderia ter nascido, mas loira seria muito difícil, bom, brincadeiras a parte, é importante sempre dar ouvidos para as crianças, as vezes o que para nós parece algo sem importância, para eles futuramente pode ter alguma influência. 
Independentemente das características físicas, quando surge uma nova criança na família, muitos sentimentos surgem e a criança não sabe lidar com eles, é tudo muito confuso, sentimentos do tipo "veio roubar meu lugar", "agora vai ser tudo para ela/ele", "o que vai ser de mim", "ufa, agora estou livre, não vão mais pegar no meu pé", "agora vou ter que cuidar pra sempre", claro que isso diferente de criança para criança de também em relação a diferença de idade, mas de qualquer forma sempre interfere, principalmente quando se era filho(a) único. Por contrapartida os adultos sem perceber, acabam realmente voltando a atenção para o recém-nascido, "não faz barulho que vai acordar o neném", "dá o brinquedinho pra ela/ele você já é grandinho" (mesmo a criança com 3 anos), "agora a mamão não pode, tem que cuidar do maninho" e por aí vai uma infinidade de "desculpas", em outras situações os pais tentam se policiar ao máximo pra não deixar a criança mais velha se sentir excluída e então tenta "bombardear" com brinquedos de última geração e acaba afastando ainda mais um irmão do outro.
Daí você pode pensar, mas quem é essa "banana" aí pra falar de relação pais e filhos, nem filhos ela tem! Mas eu sou filha, sou irmã, tenho sobrinhos e estudei um pouco de comportamento humano, e se você que tem mais de um filho parar pra se auto-analisar vai perceber que algumas coisas realmente fazem sentido. Até os animais mudam o comportamento, por exemplo, minha madrinha tinha um poodle, o Boris, era o bebê da casa, quando ela cogitou em ter filhos, ele mudou completamente, até pulou do terceiro andar, imagina então uma criança repleta de sensações que mal sabe o que é. Ah! O Boris não morreu na queda, quebrou uns brasilites e ainda saiu correndo pela rua.

Uma situação que pode afetar também na criação da personalidade, na criação não, acho que o verbo mais indicado seria "moldar" a personalidade é a questão de que as vezes o primogênito não foi planejado, foi um "acidente", "inesperado", "e agora o que vamos fazer, tinha a vida toda pela frente", "não estou preparado pra ter um filho, não agora", e daí mudam toda a rotina de sua vida, "trancam a faculdade", "adiam a viajem dos sonhos", "adeus baladinhas", "vou ter que arrumar um emprego melhor, casar e ter uma casa", e por aí vai. Alguns pais vivem uma experiência tão terrível que pensam não querer ter mais nenhum filho, outros vivem separado e os avós que cuidam da criança (esses provavelmente terão mais filhos e seguidos, pois não viveram a responsabilidade de ser "pai" e "mãe" e pensam ser fácil, já que os outros cuidam), outros permanecem juntos e pensam que não se cuidaram quando deviam e realmente se unem e criam a criança, só que por ser a primeira experiência, ou seja, fase de aprendizado, muitas coisas não sabem e muita gente que já possui "experiência" tenta ajudar ensinando esses pais de primeira viagem, geralmente sogra, sogro, avó, avó: "coloca moeda no umbigo", "não pode dormir de bruços", "tem que fazer arrotar", e por aí vai, lembrando, que cada "ser" é único e por isso o que pode funcionar para uma criança pode não servir para outra "coloca uma linha vermelha na testa para parar o soluço", "isso é espinhela caída, tem que benzer", etc.

Bom nesse último caso, quando é chegado o segundo filho, ambos estão mais experientes, estão geralmente em outras situações, amadureceram mais e aquela criança que cresceu em meio ao caos percebe isso, "comigo não foi assim, porque com esse é diferente?", alguma crianças falam na lata pros pais e cobram e outra se calam e alimentam sentimentos ruins.

Talvez esse texto esteja chato né? Mas é o seguinte, você já foi um bebezinho? Você já foi criança???? Ahhhh, olha só, todos nós já tivemos a mesma aparência de "girino" mas com o passar do tempo esquecemos, acho que esse é um fator crucial para determinar o adulto que somos, "esquecer que um dia fui criança" e lembrar dos sentimentos que sentiu naquela época, e digo mais, talvez se lembrássemos de algo que nos marcou, que fez chorar, que nos fez rir, que nos decepcionou, daí poderíamos entender melhor o adulto que nos tornamos, aprenderíamos melhor a lidar com o próximo, a tentar entender nós mesmo para depois tentarmos entender o outro.

Não fui eu que decepcionei meu irmão, foi ele que criou expectativas demais, afinal eu nem me conhecia por gente ainda, e é assim que muitas coisas acontecem nos dias de hoje, as pessoas criam expectativas demais dos outros, as vezes dão algo esperando outra coisa em troca e quando não recebem colocam a culpa no outro.

Sempre toda a culpa é do outro. Se eu deixo para sair de casa para trabalhar em cima da hora, e de repente tem uma pessoa andando a 20 km/h e eu me atraso, a culpa é da "tartaruga". Se eu prometo pra uma criança, que "dicerteza" faremos piquenique no parque nesse domingo e chove, a culpa é da chuva, "mas você prometeu". É preciso tomar muito cuidado com o que se promete pra uma criança, se não cumpre, ela pode se tornar um adulto pessimista e incrédulo (ou não). Tudo depende com quem a criança forma vínculo depois, amigos, colegas de escola, tios, etc.

"Nossa! Essa pessoa(filho/a adulto) mente demais, não sei quem puxou", mas não lembra que quando o filho ainda era criança, pedia pra atender o telefone e dizer que estava dormindo mesmo que tivesse assistindo a novela. Ou então, que ia dar um presente ou levar em um lugar que não deu e não levou.

Não temos como avaliar, analisar, conhecer o perfil de uma pessoa sem saber como foi a base, e o nosso primeiro convívio "social" é a família, seja biológica ou de coração, a genética existe, mas a convivência, os vínculos formados, o jeito com que a criança é enlaçada de afeto e principalmente, o que a criança vê e observa no meio que está inserida é que vai moldar a personalidade e o jeito com que ela vai ver e encarar a vida, as afinidades podem estreitar o vínculo e alguns indícios de comportamento podem ser mais forte, e é bom que seja trabalho o mais cedo possível. Por isso que ninguém é igual a ninguém, podemos conviver com várias pessoas e absorver atitudes e sentimentos variados, nem mesmo gêmeos idênticos agem do mesmo jeito, cada um tem sua personalidade, seu jeito de ser e seu modo de pensar e encarar a vida, geralmente em novelas e filmes sempre tem o gêmeo bom e gêmeo mau, mas isso é porque entre irmão sempre tem um sentimento de disputa desde muito cedo pra chamar mais a atenção dos pais, mesmo que haja preferência o preferido sempre vai achar que é o outro o preferido, coisas da vida.

Daniela F. Vieira (só digitei não revisei) quem ler e quiser ajudar na correção eu agradeço!





     






Um comentário:

Anônimo disse...

"É fácil fazer parte
De um mundo tão pequeno
Onde amigos invisíveis
Nunca ligam outra vez... "